15-03-2021

Ciclosoft 2020 aponta crescimento de 186% na coleta seletiva desde a publicação da PNRS

Com apoio da Tetra Pak, estudo traz ainda o mapeamento dos municípios com acesso à coleta seletiva, a geração de renda e o impacto da pandemia nas atividades dos catadores

A PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos, vigente há 10 anos, trabalha o conceito da responsabilidade compartilhada entre empresas, governo e consumidor no que se refere à gestão dos resíduos sólidos. Desde sua criação, houve um crescimento de 186% nos municípios com coleta seletiva e logística reversa, segundo dados da pesquisa Ciclosoft 2020, patrocinada pela Tetra Pak. O estudo é realizado a cada dois anos pelo CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem e apresenta o engajamento dos municípios e os indicadores relacionados aos modelos de coleta, além da participação das cooperativas e os custos da operação de coleta seletiva.

A Pesquisa Ciclosoft 2020 aponta que 1.269 municípios brasileiros têm acesso ao serviço de coleta seletiva, e traz informações e indicadores relacionados à gestão pública da coleta seletiva municipal de 341 municípios, que correspondem a cerca de 35% da população brasileira.

A pesquisa também aponta que, tanto na zona rural, quanto na urbana, o método de coleta porta a porta é o mais utilizado, atendendo respectivamente 72,96% e 90,47% da população abrangida. Outro dado que merece destaque é que, em relação ao agente executor da coleta seletiva, a maior parte do serviço é realizado por empresas licitadas (50,85%).

O estudo contemplou ainda 549 organizações de catadores, presentes em 24 unidades federativas, sendo que mais de 95% destas organizações são classificadas principalmente como associações ou cooperativas de catadores. As entidades que responderam à pesquisa, empregaram juntas quase 15 mil pessoas e reciclaram 350 mil toneladas em 2019.

As unidades de triagem consultadas possuem em média 27 catadores e comercializam em média 26,3 t/mês. No que diz respeito a forma de remuneração dos serviços, a pesquisa aponta que em torno de 73,77% dos catadores possuem algum tipo de vínculo com o poder público municipal e 56,47% são apoiados por programas de logística reversa. Em relação à remuneração, 86,7% dos catadores recebem entre ½ e 2 salários-mínimos.

“A pesquisa Ciclosoft é uma iniciativa importante para apoiarmos, uma vez que traz um mapeamento mais detalhado dos cenários da reciclagem no país, o que serve como um guia para direcionar as iniciativas de diferentes stakeholders”, afirma Valéria Michel, diretora de Sustentabilidade da Tetra Pak Brasil e Cone Sul e presidente do CEMPRE. “Entendemos que nesses 10 anos, a PNRS foi importante para o progresso da reciclagem no país, mas sabemos que ainda temos desafios importantes para continuar avançando nessa agenda. Estamos no caminho certo e temos um potencial enorme para implementar iniciativas e programas voltados para a conscientização socioambiental, muitos deles já sendo desenvolvidos”, informa a executiva.

Covid-19

A pandemia levou parte das organizações de catadores à paralisação total ou parcial de suas atividades em 2020. Esse fator gerou a mobilização de diferentes setores da sociedade no intuito de fornecer outras formas de assistência a essas organizações, como goveno federal, governo estadual, prefeituras, programas estruturantes, entre outros.

Quanto às medidas de segurança adotadas, a pesquisa indica que mais de 70% das organizações de catadores passaram a adotar o uso de EPIs; 68,21% isolaram os grupos de risco; 55,68% mantiveram distanciamento e; 50,81% higienizaram instrumentos. Mais de 58% dos catadores tiveram queda na renda e 61,25% das organizações tiveram queda no preço de venda dos materiais durante o período da pandemia.

Ações da Tetra Pak

A Tetra Pak desenvolveu algumas iniciativas como a parceria com o CEMPRE e com a plataforma Reciclar pelo Brasil para beneficiar 5 mil cooperados localizados em 10 estados, no intuito de minimizar o impacto causado pela pandemia. Já com a Ribon, startup de impacto social, criou uma campanha para direcionar auxílio a catadores autônomos assistidos pela ONG Pimp My Carroça, que por sua vez, apoia catadores cadastrados no aplicativo Cataki. Com o objetivo de aumentar o alcance e com a colaboração da Klabin e da CBA, a empresa criou a Corrente do Bem com a finalidade de sustentar a causa e manter a contribuição aos catadores por mais tempo.