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Tendências de consumo na indústria de alimentos e bebidas.
Proteção dos alimentos, pegada de carbono, reciclagem. Escolha cartão.
Permitir a transição para sistemas alimentares sustentáveis.
Intervir nas áreas onde podemos dar um maior contributo.
Agora o jogo está valendo. Estamos no meio da COP30 e, portanto, com a maior oportunidade para que líderes públicos, setor privado e sociedade de fato decidam por caminhos concretos para que a crise climática seja combatida. Não temos mais tempo de sobra, mas temos soluções já testadas e comprovadas que servem de exemplo para serem replicadas em diversas áreas com esse objetivo. E a indústria de alimentos e bebidas tem muito, mas muito mesmo, a contribuir para que a emergência climática seja endereçada.
São projetos e ações que envolvem tecnologia e inovação, que garantem menores perdas no processo de produção e acesso a alimentos mais saudáveis e sustentáveis; atuações na economia circular, com uso de materiais mais sustentáveis e recicláveis; e soluções baseadas na Natureza, que vão desde disponibilidade de novos produtos a projetos florestais.
Sabemos que estamos muito perto de não cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5º, em relação à era pré-industrial, porque basicamente continuamos com processos produtivos e energéticos nada eficientes. No setor de alimentos e bebidas, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, os resíduos da produção de alimentos são responsáveis por cerca de 8% das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) provocadas pela humanidade. Ou seja, a indústria tem um papel crucial na redução desses impactos.
Como comentei, a boa notícia é que essa mesma indústria já tem soluções e projetos muito eficientes para evitar emissões e até mitigá-las. Estou falando de processos de pasteurização que separa a água da polpa da fruta e gasta até 60% menos vapor e, consequentemente, menos energia; embalagens que usam apenas matéria-prima de origens certificadas - sejam papel, plástico de origem vegetal ou alumínio -, são recicláveis e fazem parte de uma economia circular.
No Brasil, a taxa de reciclagem ainda é pequena, abaixo de 5% de tudo o que é descartado - e difícil de ser mensurada. Mas, com vontade política e empresarial, esse cenário pode ser redesenhado para além de resultados ambientais, mas também com ganhos sociais.
Quando bem organizadas, cadeias de reciclagem podem se tornar fonte de melhoras na vida
de catadores e catadoras de material reciclável. As embalagens também entram nesta equação como uma forma de possibilitar acesso de mais pessoas, em qualquer lugar, a alimentos mais saudáveis, ao mesmo tempo em que economiza energia.
E há também o trabalho que a indústria pode fazer com a Natureza, de quem os sistemas alimentares são altamente dependentes. Reduzindo impactos sobre ela nas operações, bem como em toda a cadeia de valor, é garantir meio ambiente equilibrado e acesso a alimentos, numa roda positiva. Investir em projetos de restauração florestal, aqui, faz todo o sentido e, de novo, exemplos não faltam.
Num resumo rápido e simples: não é necessário "reinventar a roda". Não vamos nos perder em debates que já foram ultrapassados, como "será mesmo que existe crise climática?" ou "é possível enfrentá-la?". A Ciência e a tecnologia já provaram que sim nos dois casos.
O que precisamos agora é vontade política e econômica para tirar ações do papel e garantir que o planeta e as pessoas terão acesso a bem-estar, e isso significa também a uma alimentação saudável e sustentável.
Claro que essas questões são enormes e, proporcionalmente, difíceis, ainda mais diante de um negacionismo que insiste em permanecer. Como falei a acima, não temos tempo. Mas temos soluções.
*Marco Dorna é presidente da Tetra Pak.
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