16-03-2017

Digitalização: benefícios e desafios da nova revolução industrial

Se alguém lhe perguntasse se vivemos num mundo digital, você provavelmente diria que sim, correto? Mas o que significa isso exatamente? Qual a importância e impacto das tecnologias digitais no dia a dia?

“Tudo começa e termina com dados. Hoje, qualquer desenvolvimento implica em informações disponíveis, organizadas e estruturadas de forma a fazerem sentido”, afirmou o Vice-Presidente da área de Technical Services da Tetra Pak, Johan Nilsson, na última Global Food Safety Conference. 

Os dados ressaltados por Johan são exatamente o elemento-chave para a digitalização. Transpor o conhecimento do meio analógico para o digital implica adentrar em novo patamar tecnológico. 

Em 2016, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) concluiu a primeira pesquisa sobre a adoção de tecnologias digitais relacionadas à era da manufatura avançada, também chamada de Indústria 4.0. Do total das empresas consultadas, 58% conhecem a importância dessas tecnologias para a competitividade da indústria e quase metade as utiliza. Para as entrevistadas, o foco das inovações é melhorar o processo de produção. Entre as companhias de grande porte, por exemplo, os três benefícios mais relevantes da digitalização são: reduzir custos operacionais, aumentar a produtividade e otimizar os processos de automação.





 

Digitalização Revolução Industrial

“A digitalização precisa ser realizada, simultaneamente, em todas as dimensões. As indústrias já perceberam que para se modernizarem, agora, é necessário dar um passo à frente. Hoje, ainda vemos diversas plantas com vários sistemas que não se integram. Muitas tarefas ainda são feitas de forma manual ou usando as famosas planilhas de Excel, como controles de processo, apontamentos de qualidade e planejamento de produção”, diz Gustavo Silveira, líder de Automação da Tetra Pak Américas. 

Há 19 anos na empresa, Gustavo viu de perto a transformação industrial na oferta de serviços e equipamentos. Referência em inovação, a Tetra Pak conta com sistemas automatizados há muitos anos. Também desenvolveu um portfólio de produtos e serviços de automação que atendem a indústria de alimentos e bebidas de ponta-a-ponta, além de contar com uma equipe especializada em identificar e prover soluções de alto valor agregado a seus clientes. 

“O nível de complexidade é cada vez maior. O consumidor moderno exige transparência, flexibilidade, customização, cuidados ambientais. A indústria precisa se adequar, estar interligada e conectada: chão de fábrica, sistemas de gestão, controles financeiros e canais de atendimento a consumidores”, ressalta. 

O líder de Automação explica que, a partir do chão de fábrica, onde estão os instrumentos, válvulas e motores, podemos definir três níveis de automação: (i) Supervisão e controle. Aqui, são controlados a produção e os equipamentos, geralmente por meio de telas de processos e controladores industriais. (ii) Sistemas de gestão ou camada MES. Controlam produtividade, qualidade, rastreabilidade, materiais, entre outros. Estes sistemas fazem a ponte que integra a manufatura e o setor comercial tornando a operação mais eficiente. (iii) Sistemas coorporativos ou ERPs. Controlam os setores financeiro, contábil, Recursos Humanos e vendas. Estes, segundo Gustavo, já estão bastante difundidos nas empresas.

O que falta, então? “O maior gap está no nível mediano, na implementação de sistemas de gestão integrados. Quando se tem essa integração, tudo ocorre de forma mais rápida e segura. As vendas são verificadas em tempo real e se transformam em ordens de produção. Esse processo elimina muitos riscos, pois garante a manufatura adequada em volume e tempo para atender o cliente, além do mais importante para a Tetra Pak que é a garantia da segurança alimentar. O controle de chão de fábrica, a maioria das empresas tem. É um modelo já consolidado. A indústria 4.0 vai além disso. Implica na produção, manutenção e gestão altamente eficientes, baseado em tecnologias emergentes como computação em nuvem, sistemas analíticos, internet das coisas, realidade aumentada, entre outras”, afirma.  

Hoje, a Tetra Pak oferece um sistema de rastreabilidade, que permite identificar todos os processos pelo qual passou a embalagem, desde a origem de matéria prima até o envase – algo como o histórico de uma vida inteira. A companhia apostou também no desenvolvimento de ferramentas de gestão cujo foco é o controle e produtividade da manufatura. Performance, rastreabilidade, indicadores de produção e manutenção são algumas das etapas que passam a ser automatizadas. 

Além disso, dentro do conceito de machine learning (ou aprendizagem automática), a força de trabalho e equipamentos aprendem e se desenvolvem juntos. “Você integra o conhecimento das pessoas à capacidade de aprendizado das máquinas. Com isso, conseguimos valiosos insights do que pode e irá acontecer. E, então, podemos tomar atitudes que preveem erros críticos”, exemplifica Johan.

O fluxo ocorre da seguinte forma: os equipamentos enviam dados, por meio da nuvem, aos Centros de Gestão de Performance da Tetra Pak, que devolve as informações analisadas às equipes de trabalho e aos próprios equipamentos, diretamente. É o melhor exemplo de soluções conectadas. 

“Sabemos que é apenas o começo da jornada, muito mais ainda vai acontecer. Mas estamos entusiasmados acompanhando essas inovações. O mundo está mudando e nós também”, conclui Johan Nilsson. 


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