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Por Marco Dorna*
Não é exagero dizer que a humanidade, e tudo ao seu redor, depende diretamente da Natureza. Também não é demais afirmar que, justamente pela ação do ser humano, a Natureza tem sofrido graves consequências por conta de desmatamento desenfreado, consumo abusivo, geração exponencial de lixo, entre outros.
Por isso, ações que mitiguem e combatam a crise climática e ambiental são mais que urgentes, e o uso de soluções baseadas na Natureza são um caminho relevante e que abre espaço para ganhos, inclusive para a indústria de alimentos e bebidas, onde tenho meu lugar de fala, mas que certamente pode servir de inspiração para outras atividades.
A Natureza sustenta os meios de subsistência, as economias globais e os sistemas alimentares através de serviços ecossistêmicos, mas que estão sob pressão, com 14 das 18 deles em declínio. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), a agricultura é responsável por 72% das retiradas de água doce e é a principal causa da perda de biodiversidade, enquanto a produção de alimentos está entre as principais causas da poluição da água.
Atitudes já estão sendo tomadas para enfrentar esse cenário, como o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal adotado recentemente, que prevê algumas metas a serem cumpridas até 2030 ou 2050, como restaurar 30% dos ecossistemas degradados pela ação humana e reduzir US$ 500 bilhões/ano em subsídios prejudiciais à Natureza.
Nesse cenário, as Soluções Baseadas na Natureza (SbN) surgem não apenas como uma resposta ética, já que estamos falando de vida em sua mais variada diversidade, mas como um motor estratégico de competitividade e lucratividade para o setor.
E, de novo, a inovação é uma das ferramentas fundamentais neste contexto, capaz de criar desde formas mais eficientes de plantio, reflorestamento ou restauração até maquinários de processamento e envase com menor consumo de energia e água, que geram ao mesmo tempo menos uso de recursos naturais até ganhos financeiros com despesas reduzidas e perdas durante o processo produtivo, para citar alguns pontos positivos.
Por isso, trabalhar em toda a cadeia de valor é outra estratégia fundamental para dar escala aos ganhos que as SbN são capazes de gerar. No caso da indústria de alimentos e bebidas, trata-se de estimular as práticas desde os fornecedores de matéria-prima - geralmente os que atuam diretamente com a Natureza - até seus clientes e no pós-consumo, com cadeias de reciclagem estruturadas e perenes.
Dessa maneira, contribuiremos para sistemas alimentares mais seguros, resilientes e sustentáveis. E, também cada vez mais conectados a uma tendência que não parece que perderá força: consumidores à procura de produtos mais sustentáveis, ainda mais quando se fala em alimentos e bebidas, o que se traduzem reputação.
A Natureza já mostrou que é uma aliada poderosa e necessária, portanto nosso setor precisa entender que não estamos diante de recursos infinitos. Mas ela é uma parceira estratégica para inovação, eficiência e longevidade nos negócios.
*Marco Dorna é presidente da Tetra Pak.
Os artigos publicados no Broadcast expressam as opiniões e visões de seus autores.